Pesquisas no Cariri Cearense


O LIGERIA é um
espaço científico complementar que visa aprofundar reflexões, investigações e intervenções a partir da construção de conhecimento teórico-metodológico sob a ótica do repensar a interdisciplinaridade.

Objetiva ser um espaço onde meus estudantes poderão debater e aprofundar estudos com fim de pesquisa e extensão a partir pelos eixos de trabalho propostos, a saber:
- Gender e queer studies;
- Região e religiosidades;
- Cultura indígena e afro-brasileira.













sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O NEGRO NA HISTORIOGRAFIA CARIRIENSE: ENFOQUES, ABORDAGENS E PROBLEMÁTICAS (1950 -1970)


O NEGRO NA HISTORIOGRAFIA CARIRIENSE: ENFOQUES, ABORDAGENS E PROBLEMÁTICAS (1950 -1970)

Antonia Santos da Silva; Ms. Maria Telvira da Conceição

 

1Estudante do Curso de .História do Departamento de ciências humanas  do Centro de humanidades, bolsista pelo PIBIC-URCA; E-mail: Antonia.santosdasilva@bol.com.br

2Professora do Departamento de História do Centro de humanidades Líder (ou Participante) do Grupo de Pesquisa em ensino de História, professora orientadora da pesquisa. .E-mail: mtelvira@yahoo.com.br

 

 

Resumo

 

No início da década de 1950 se verifica no Cariri cearense uma atmosfera de grande inquietação intelectual, conforme mostra o trabalho de Cortez (2000). Essa inquietação está na base da criação do Instituto Cultural do Cariri/ICC em 1952, que assume para si a tarefa de escrever a história do Cariri. A partir, portanto da oficialização desse instituto, sediado no Crato, se organiza também um grupo de intelectuais memorialistas que passam a escrever a história do Cariri.

Situa-se, portanto, na segunda metade do século XX uma produção local sobre a história do Cariri escrita nos quadros do ICC. A investigação histórica que se  fez no referido instituto teve na produção do Pe. Antônio Gomes, Irineu Pinheiro e José Alves de Figueiredo Filho, seus maiores ícones e lança as bases de uma escrita da história do Cariri produzida por historiadores locais.  Com afirma em 1971, José Newton Alves de Sousa.

 

Palavras - chave: Cariri; escravidão; cultura;

 

Introdução

 

OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICO

Geral: Realizar um estudo documental de caráter inicial sobre o negro na produção historiográfica caririense elaborada nas décadas de 1950 -1970 e vinculada ao Instituto Cultural do Cariri.

Específicos:

1. Mapear a produção historiográfica sobre o Cariri escrita pelos memorialistas José de Figueiredo Filho, Irineu Pinheiro e Pe. Gomes e sua veiculação nas décadas de 1950 a 1970;

2.Identificar na produção historiográfica do Cariri de José de Figueiredo Filho, Irineu Pinheiro e Pe. Gomes, quais os enfoques e abordagens sobre o negro no Cariri;

3. Analisar qual o papel da historiografia caririense nas décadas de 1950 a 1970 na produção de um pensamento sobre o negro.

 

 

 

 

 

Material e Métodos

 

O estudo ora proposto terá como metodologia de abordagem a pesquisa documental, utilizando-se dos recursos e do tratamento metodológico desse tipo de pesquisa. Nesse sentido desenvolveremos como procedimentos básicos: mapeamento dos documentos; organização dos documentos, tipologia dos documentos, caracterização do conteúdo, procedimentos da primeira fase do estudo. Já na segunda parte da pesquisa corresponderá a análise documental sobre a documentação organizada na primeira fase com a aplicação dos seguintes procedimentos: elaboração de um quadro de autores destacando termos-chave, comentários e observações sobre possíveis relações com as questões da pesquisa; contextualização e identificação das referências teóricas do pensamento dos autores e na ultima parte, o tratamento dos dados para fins de sistematização de uma síntese, a partir da análise empreendida.

O acervo documental para o estudo foi selecionado em função da relevância informativa sobre a problemática da pesquisa, uma vez que se trata de textos  produzidos pelos historiadores no período temporal recortada para o estudo, em sua maioria textos diretos, os quais se constituem uma literatura de referencia para a escrita da história no Cariri.

O acervo selecionado trata-se de fontes diretas que são as obras dos autores e indiretos, publicados em livros e de textos em periódicos no caso da pesquisa pretendida os seguintes periódicos: Revista Itaytera do Instituto Cultural do Cariri, Revista A Província, Revista do Instituto Histórico do Ceará.

Fontes: Escritas (Revista Itaytera, Revista A Província, Revista do Instituto Histórico do Ceará, Revista Hyhyté – Faculdade de Filosofia do Crato; Revista Veritas - Faculdade de Filosofia do Crato e Anais da Faculdade de Filosofia do Crato

Manuscritas: Manuscritos do Pe, Gomes. Correspondente a 23 tomos,

As etapas do estudo:

1ª Etapa (2010.1.): Mapeamento da produção historiográfica d J. de Figueredo Filho, Irineu Pinheiro e Pe. Gomes

2ª Etapa (2010.2): Organização das fontes coletadas e tratamento dos dados

3ª Etapa (2010.2) - Análise dos dados coletados e construção do relatório final, com os resultados do estudo.

Local da pesquisa: A pesquisa será realizada nos seguintes acervos: Instituto Cultural do Cariri/ICC, CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS D. QUINTINO RODRIGUES DE OLIVEIRA E SILVA – CENTRO “PATIENTIA ET DOCTRINA; DEPARTAMENTO HISTORICO DIOCESANO PE ANTONIO GOMES DE ARAUJO – DHDPG; BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI localizados na cidade do Crato-Ce; e no Instituto Histórico do Ceará (Fortaleza-Ce)

 

Resultados e Discussão

 

 

Embora de forma parcial, o levantamento dos nossos dados coletados até o presente dá conta de um conjunto de questões de suma importância para pensar a abordagem do negro na historiografia caririense produzida na segunda metade do século XX.  Com base na leitura das obras do historiador Pe. Antônio Gomes e José de Figueiredo Filho podemos perceber as seguintes problemáticas:

Na obra do historiador J. de Figueiredo Filho a narrativa, nas poucas vezes que se remete a presença do negro no Cariri, que a mesma é tomada como distinção social e traz nas referenciais atribuídas ao negro uma relação de confronto e estranheza entre os caboclos, como o elemento nativo da terra, e o negro quase como estrangeiro.

 

Outra questão que podemos identificar na escrita de Figueiredo Filho é com relação a visão de pertencimento em relação ao negro no Cariri. A narrativa desse historiador, nas obras analisadas aponta para uma noção de pertencimento construída a partir das relações materiais que aparecem na base dessa relação.

 

Outro aspecto que podemos identificar nessa escrita é por assim dizer, as questões que perpassam as relações cotidianas desse grupo social no Cariri. Principalmente no livro FOLGUEDOS INFANTIS CARIRIENSES, publicado em 1966. Nos raros textos em que é mencionado a presença do negro no Cariri, se verifica uma relação de estranhamento com a presença de crianças negras nas narrativas de brincadeiras e costumes da sociedade local.

 

Com relação a obra do historiador Pe. Antônio Gomes, até aqui mapeada, percebe-se mais uma vez o distintivo da cor para pensar presença do negro no Cariri. Contudo, o que norteia a escrita desse historiador, são relatos que ele apresenta ao mencionar outros historiadores que se reportaram à história do Cariri. Nesse caso, não verifica, uma incorporação na escrita do Pe. Gomes, de questões ou de vivências que dê conta de um tratamento direto na sua obra.

Ademais os aspectos mais enfocados sobre o negro na sua obra, refere-se a condição do negro como escravo.

 

 

Conclusões

 

Com base no que foi levando nessa primeira etapa do estudo, podemos inferir que a produção historiográfica no Cariri na segunda metade do século XX, a partir da escrita dos mais importantes historiadores que escreveram sobre o Cariri ao tratar da presença do negro no Cariri a faz de forma fragmentada, onde os fragmentos dessas narrativas podem ajudar compreender como a historiografia pensou essa problemática e em que medida a escrita da história local, no caso do Cariri, traz ou não um contributo importante para entender essa temática no âmbito da escrita da história. Em que medida ela produz um entendimento particular sobre esse grupo social ou apenas reproduz os parâmetros de interpretação sobre o negro, que vergía no restante do país. A continuidade da pesquisa nos ajudará sem dúvida alguma levantar mais dados para pensar essa questão no âmbito do Cariri.

 

 

Agradecimentos

A Deus pela oportunidade de estar aqui hoje; A professora Lindaura pelo estímulo;

 

Referências Bibliográficas

Obras identificadas e metodologicamente lidas:

1) FIGUEIREDO FILHO, J.- 1958 – Engenhos de rapadura do Cariri, Rio de Janeiro: Serviço de informação agrícola, 74p.

2) FIGUEIREDO FILHO, J.(osé Alves de).- 1962- O folclore no Cariri. Fortaleza: Imprensa Universitária, 1962. 112p.

3) FIGUEIREDO FILHO, (osé Alves de). – 1964 – História do Cariri. Volume I. Crato: Tipografia A Ação, 1964. 96p.

4) FIGUEIREDO FILHO,J.(osé Alves de). – 1964 – História do Cariri. Volume II. Crato: Empresa Gráfica Ltda, 1964. 111p.

5) FIGUEIREDO FILHO, J.(osé Alves de) – 1966 – Folguedos infantis caririenses. Fortaleza: Imprensa Universitária, 1966. 141p.

6) FIGUEIREDO FILHO, J.(osé Alves de). – 1966 – História do Cariri. Volume III. Crato: Imprensa Gráfica Ltda. 151p.

 

7) FIGUEIREDO FILHO, J. (osé Alves de ). – 1968 – História do Cariri. Volume IV. Crato: Tipografia e papelaria do Cariri, 96p.

8) FIGUEIREDO,Maria Alacoque Bezerra (de Menezes). – 1977 – Agradecendo e exaltando. Juazeiro do Norte: Edições ICVC, 8p.

9) Padre Antonio Gomes de Araujo: A cidade de Frei Carlos

10) Padre Antonio Gomes de Araujo: Povoamento do Cariri

11) Revista Itaytera, ano 1973, nº 17; autor: J. de Figueiredo Filho.

12) Padre Antonio Gomes de Araujo: Um civilizador do Cariri

13) Raimundo Girão: A abolição no Ceará

 14) Revista Itaytera nº 11

15) Revista Itaytera nº 12

16) Revista Itaytera nº 16

17) revista Itaytera nº 18

18) Revista Itaytera nº 28

 

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