Pesquisas no Cariri Cearense


O LIGERIA é um
espaço científico complementar que visa aprofundar reflexões, investigações e intervenções a partir da construção de conhecimento teórico-metodológico sob a ótica do repensar a interdisciplinaridade.

Objetiva ser um espaço onde meus estudantes poderão debater e aprofundar estudos com fim de pesquisa e extensão a partir pelos eixos de trabalho propostos, a saber:
- Gender e queer studies;
- Região e religiosidades;
- Cultura indígena e afro-brasileira.













sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Culto aos Egunguns (OS ANCESTRAIS AFRICANOS)


Culto aos Egunguns (OS ANCESTRAIS AFRICANOS)

 

Egungun é um culto muito importante entre os Yorubas. Eles são aqueles que os yorubas chamam de Ara-orun kinkin (o povo de céu). Os yorubas acreditam que o morto é em forma da espírita ele ficar entre Orun (céu) e Aiye (terra).
Os Yorubas acreditam que existem duas formas de Egungun:
Egungun Ara Orun
Egungun Ara Aiye
Egungun Ara Orun:- É uma forma de Egungun que existe quando a pessoa morre no tempo certo e logo ele volta para orun na forma espírita enquanto o corpo é enterrado. Por exemplo:

Este tipo de egun geralmente não perturba muito, ele volta para terra para ajudar a família quando necessário.

Quando este egungun segue dependente do estado do odu (destino) da pessoa é determinado se ele (egungun) conseguirá ou não ajudar a família.
Por exemplo: Se a pessoa não tem odu que transforma esta energia para boa, esta energia vai acabar. Se der resultado negativo, a pessoa precisará fazer ebó para egungun para transformar esta energia em boa.
Egungun Ara Aiye: São tipos de egungun que passaram pela morte antes do tempo estipulado pelo destino (odu), eles não ficam no orun (céu) ou aiye (terra), eles voam entre os dois e geralmente são eguns que incomodam, principalmente pessoas que são mortas repentinamente. Este tipo de Egungun é tão perigoso que até a família da vítima dele é perturbada.

Mitologia

Egungun é uma Irunmole muito importante, é um orisa que mantém relação entre o povo do céu (Ara Orun) e o povo da terra (Ara Aiye).

Olódúnmaré criou o mundo e colocou os “Ajogun” dentro dele.

Ajogun são:

- Arun (doença)
- Ofo (pedido)
- Ejo (problema de justiça)
- Ainitelorun (insatisfação)
- Iku (morte)

De todos “ajogun” a morte é a mais forte e passava muito medo porque trazia o fim da existência do ser humano.

Olódúnmaré colocou os “Ajogun” na terra não para acabar com a criação mas para servir como forma de controle dos seres humanos.

Os “Ajogun” criaram muita dificuldade para os Irunmole e especialmente para Orunmila Ifa que não sabia o fazer. Orunmila foi a Olódúnmaré para reclamar e Olódúnmaré disse a Orunmila que não ficasse chateado e mandou Lagbookun que é servidor do ajogun para controlar os seres humanos na terra. Olódúnmaré avisou Orunmila que Lagbondoko exagerou o trabalho que mandou fazer e por isto Olódúnmaré prometeu a Orunmila que ele iria ajudar colocar a terra em ordem e mandou-o de volta para a terra, mas avisou-o para informar aos seres humanos que seus pecados estavam cada vez mais aumentando.

Quando Orunmila voltou para a Terra ele chamou a atenção do povo e depois disto ele adivinhou para si próprio a fim de descobrir qual a maneira que usaria para acalmar Lagbookun (servidor de adjogun).

Depois da consulta Orunmila separou:

- peixe (seco)
- Preá (seco)
e juntou todas mulheres para escolher qual era a mais bonita para atrair Lagboodokun. No momento em que Orunmila estava escolhendo a mulher, ouviu uma voz de longe para que escolhesse Mode.

Feito isto, Orunmila colocou colar de eyinla dentro da água que Mode ia tomar banho e depois usá-lo para ressaltar sua beleza tornando-se mais atraente para aguardar o tempo em que Olódúnmaré mandaria Lagbookun de volta a Terra.

Orunmila deu para Mode o peixe e o preá (secos) e mandou-a esperar o momento de Lagbookun chegar a Terra. Assim que Mode chegou no local ela ouviu o som de cordão de ferro (ewon), que Lagbookun usava para transportá-lo do Céu (Orun) para a Terra (Aiye).

Lagbookun ao ver Mode a cumprimentou e ela não respondeu, cumprimentou-a pela segunda vez e ela não respondeu, novamente cumprimentou-a e pela terceira vez ela não respondeu. Mode estava comendo o preá e o peixe oferecidos por Orunmila. Assim que ela terminou de comer os dois, Lagbookun pegou o resto da mão dela e comeu. Depois disto, ele ficou fascinado e teve relação sexual com Mode que no mesmo mês ficou grávida e após deu a luz um menino que recebeu o nome de Ologbojo.

Depois de todos estes acontecimentos, Lagbookun acalmou-se e as coisas normalizaram-se na Terra. Lagbookun sempre voltava a Terra para ver o filho acompanhando-o até a adolescência e amadurecimento, após este período o pai de Ologbojo nunca mais voltou a Terra.
O povo lembrado da atitude de seu pai, Lagbookun, que era servidor de Ajogun quando atrapalhou a maioria do povo na Terra, zombava dele e decidiu excluir Ologbojo então ninguém brincava com ele.
Ologbojo muito triste foi à procura de Orunmila para fazer uma consulta e o odu que saiu para ele foi Ose Irosun.
Enquanto está falando o itan de Ifa, Orunmila não deixa Ologbojo abrir a boca, então revela que ele está passando dificuldade por não ter ninguém por perto desde a fase da adolescência e também não quer mais ver o pai dele.
Ologbojo foi atrás e conseguiu tudo o que Orunmila mandou-o trazer.
Orunmila então mandou que Ologbojo levasse tudo até a frente da casa onde morava e usar folhar de Ifa macerando-a para lavar o rosto e o corpo, como também a roupa de alari. Assim que ele chegou na frente de casa usava o pano de alari para se cobrir e distribuiu os olele, eko, akara, obi e atori (varas) para o povo que ia atrás dele. Para surpresa de Orunmila, Ologbojo gritou:

- Haa!
- Baba Haa!
Pai ninguém vai ficar perto de mim
Porque quando não usava vara
Ninguém ficava perto
Imagine com vara na mão.

Orunmila mandou-o fazer isto por duas razões, nesta altura de sua vida se ele quisesse ver o pai, Lagbookun, nunca mais o veria cara a cara, só se ele se cobrisse, como o povo do orun (céu) e precisaria fazer isto anualmente para que conseguir ver o pai dele. Em segundo lugar, Orunmila avisou-o que o povo seguiria atrás dele com tudo o que Orunmila fez para ele. Orunmila usou a folha de Ifa para passar na língua dele e assim que chegou na frente de casa para mudar a voz.
Orunmila avisou que assim que ele colocasse os produtos para sacrifício no chão, se cobrisse com o pano de alari preparado e gritasse:
- Ayo o o.
Assim que fez isso, o povo começou a seguir na direção dele e Ologbojo começou a distribuir os materiais para sacrifício cantando assim:
Enquanto ele cantava o pai dele usava o cordão de ferro para descer de Orun (céu) para a Terra (Aiye), e o povo gritou:

Baba chegou, Baba chegou

Baba chegará de novo Babatunde (nome) Desde este dia em que o povo chamou Ologbojo de Babatunde, Esa Ogbin Ologbojo Omo Ari keyan ninu aso Esa Ogbin (nome de fundamento) Ologbojo (nome de Egungun) Pessoa que se sente bem dentro da roupa

Este é um itan sobre a existência de relação entre o povo de orun (céu) e ara aiye (terra). Asé em seus caminhos Marcelo Alban Sacerdote do culto ao orisá.

 

África

O criador de culto dos ancestrais

Segundo a tradição do culto de Egungun, que é originário da África, região de Oyò. O culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo como auxiliares os Ojés.

Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwô.

Xangô (Sòngó), é o fundador do culto aos Egungun, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itan:

"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyami-Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyami ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraido atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyami-Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilà, que lhe disse que Iyami é que havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Ikú (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilà.

Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Egungun, e se tornando extremamente proibida a participação de mulheres neste culto, provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú e os próprios Egungun, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais as Iyami".

Brasil

Culto aos Egungun é uma das mais importantes instituições, tem por finalidade preservar e assegurar a continuidade do processo civilizatório africano no Brasil, é o culto aos ancestrais masculinos, originário de Oyo, capital do império Nagô, que foi implantado no Brasil no início do século XIX.

O culto principal aos Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.

Quanto ao aspecto físico, um terreiro de Egungun ou Egun apresenta basicamente as seguintes unidade:

  • um espaço público, que pode ser freqüentado por qualquer pessoa, e que se localiza numa parte do barracão de festas;

  • uma outra parte desse salão, onde só podem ficar e transitar os iniciadores, e para onde os Egun vêm quando são chamados, para se mostrar publicamente;

  • uma área aberta, situada entre o barracão e o Ilê Igbalé (ou Ilê Awô - a casa do segredo), onde também se encontra um montículo de terra preparado e consagrado, que é o assentamento de Onilé;

  • um espaço privado ao qual só têm acesso os iniciados da mais alta hierarquia, onde fica o Ilê Awô, com os assentamentos coletivo, e onde se guardam todos os instrumentos e paramentos rituais, como os Isan pronuncia-se (ixan), longas varas com as quais os Ojé invocam (batendo no chão) e controlam os Egungun.

História

O Culto à Egun ou Egungun veio da África junto com os Orixás trazidos pelos escravos. Era um culto muito fechado, secreto mesmo, mais que o dos Orixás por cultuarem os mortos.

A primeira referência do Culto de Egun no Brasil segundo Juana Elbein dos Santos foram duas linhas escritas por Nina Rodrigues, refere-se a 1896, mas existem evidências de terreiros de Egun fundados por africanos no começo do século XIX.

Os Terreiros de Egun mais famosos foram:

  • Terreiro de Vera Cruz, fundado +/- 1820 por um africano chamado Tio Serafim, em Vera Cruz, Ilha de Itaparica. Ele trouxe da África o Egun de seu pai, invocado até hoje como Egun Okulelê, faleceu com mais de cem anos.

  • Terreiro de Mocambo, fundado +/- 1830 por um africano chamado Marcos-o-Velho para distingui-lo do seu filho, na plantação de Mocambo, Ilha de Itaparica. Teria comprado sua carta de alforria, anos mais tarde teria voltado à África junto com seu filho Marcos Teodoro Pimentel conhecido como Tio Marcos, lá permanecendo por muitos anos aperfeiçoando seus conhecimentos litúrgicos, onde também seu filho foi iniciado. Quando voltaram trouxeram com eles o assento do Baba Olukotun, considerado o Olori Egun, o ancestre primordial da nação nagô.

  • Terreiro de Encarnação, fundado +/- 1840 por um filho do Tio Serafim, chamado João-Dois-Metros por causa de sua altura, no povoado de Encarnação. Foi nesse terreiro que se invocou pela primeira vez no Brasil o Egun Baba Agboula, um dos patriarcas do povo Nagô.

  • Terreiro de Tuntun, fundado +/- 1850 pelo filho de Marcos-o-Velho, chamado Tio Marcos, num velho povoado de africanos denominado Tuntun, Ilha de Itaparica. Marcos possuiu o título de Alapini, Ipekun Ojé, Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun, na tradição histórica Nagô, o Alapini representa os terreiros de Egun ao afin, palácio real.

Tio Marcos, Alapini, faleceu por volta de 1935, e com sua morte desapareceu o terreiro do Tuntun, porém a tradição do culto a Baba Olokotun continuou através de seu sobrinho Arsênio Ferreira dos Santos, que possuia o título de Alagba, este migrou para o Rio de Janeiro levando o assento de Baba Olokotun para o município de São Gonçalo. Depois do falecimento de Arsênio, os assentos dos Baba retornaram para Bahia, através do atual Alapini, Deoscoredes M. dos Santos, conhecido como Mestre Didi Axipá, presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá. Mestre Didi foi iniciado na tradição do culto aos Egungun por Marcos e Arsênio.

  • Terreiro do Corta-Braço, na Estrada das Boiadas, ponto de reunião de praticantes da capoeira, atualmente bairro da Liberdade, cujo chefe era um africano conhecido como Tio Opê. Um dos Ojé, sacerdotes do culto aos Egungun, conhecido como João Boa Fama, iniciou alguns jovens na Ilha de Itaparica, que se juntariam com os descendentes de Tio Serafim e Tio Marcos para fundarem o Ilê Agboulá, no bairro Vermelho, próximo à Ponta de Areia.

Outros terreiros de Egungun foram registrados no final do século XIX, um localizado em Quitandinha do Capim, que cultuava os Egun Olu-Apelê e Olojá Orum, o de Tio Agostinho, em Matatu que se tornou ponto de concentração de vários Ojés de outras casas inclusive o Alapini Tio Marcos, o Terreiro da Preguiça, ao lado da Igreja da Conceição da Praia.

  • Ilê Babá Agboulá, Localizado em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica, o Ilê Agboulá é, hoje, no Brasil, um dos poucos lugares dedicados exclusivamente ao culto dos Egun. Sua fundação remonta ao primeiro quarto do século XX por Eduardo Daniel de Paula, Tio Opê, Tio Serafim e Tio Marcos, mas a comunidade que lhe deu origem e que lhe mantém os fundamentos está estabelecida na Ilha, como já vimos há cerca de duzentos anos.



[editar] Hierarquia

Nas casas de Egungun a hierarquia é patriarcal, só homens podem ser iniciados no cargo de Ojé ou Babá Ojé como são chamados, essa hierarquia é muito rígida, apesar de existirem cargos femininos para outras funções, uma mulher jamais será iniciada para esse cargo.

Masculinos: Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás), Alagbá (Chefe de um terreiro), Atokun (guia de Egum), Ojê agbá (ojê ancião), Ojê (iniciado com ritos completos), Amuixan (iniciado com ritos incompletos), Alagbê (tocador de atabaque). Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.

Femininos: Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens), Iyá egbé (cabeça de todas as mulheres), Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá), Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora), Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun). Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.

[editar] Ritual

Tanto a tradição Nagô como a Jeje e a Congo-Angola cultuam os ancestrais. Para os Nagôs existem no Brasil três formas de cultuar os ancestrais, os Esa, os Egungun e as Iya-mi Agba.

Os terreiros de Candomblé possuem um local apropriado de adoração do espírito de seus mortos ilustres, esse local é denominado de Ilê ibo iku, casa de adoração aos mortos, enfim todos iniciados no culto aos Orixás.

Os Esa são considerados os ancestrais coletivos dos afro-brasileiros. Seu culto se refere à comunidade em geral. O que destaca o Esa é o fato dele ter-se destacado em vida por servir a comunidade e de continuar atuando em outro plano, contribuindo para o bom desenvolvimento do destino dos fiéis e da casa. O Ilê ibo aku onde são assentados e cultuados os Esa é afastado do templo onde são cultuados os Orixás.

Os sacerdotes que são iniciados especialmente para cuidar do Ilê ibo aku não são adoxu, isso é, não manifestam Orixá. Os ancestrais cultuados no Ilê ibo aku são diferentes dos cultuados no Culto aos Egungun, no primeiro são os espíritos dos falecidos da casa de Candomblé e o segundo são os ara-orun em geral e aos espíritos dos Ojé africanos ou brasileiros.

Os Esa são invocados e cultuados em diversas situações, especialmente no padê, e no axexê quando é constituído o assentamento de um adoxu ou dignitário ilustre falecido. O assento de Esa se caracteriza pela representação da existência genérica, e o Egungun pela representação do espírito individualizado, o Egungun se caracteriza pela aparição no aiyê. Os Esa e os Egun são invocados no padê.

[editar] Calendário Litúrgico

Calendário Litúrgico do Ilê Agboulá (obtido do Projeto Egungun)

As festas e obrigações obedecem, no Ilê Agboulá, a um bem elaborado calendário litúrgico. E durante essas festas podem ocorrer rituais não periódicos e não obrigatoriamente integrados no calendário, como iniciação de novos Amuixan ou de novos Ojé, ou mesmo obrigações e oferendas de outros titulados da comunidade. Mas o calendário, mesmo, obedece ao seguinte:

Janeiro - Em janeiro, por ocasião do Ano Novo, as obrigações transcorrem até o dia nove. Esses rituais começam com uma obrigação para Onilê seguida de outra para Babá Olukotun. Junto com esta são celebradas as cerimônias anuais em homenagem a Babá Alapalá e Babá Ologbojô.

Fevereiro - em fevereiro, começando no dia 2 e se estendendo por duas semanas, ocorre uma festa muito especial, principalmente porque a comunidade de Itaparica vive do mar e para o mar. É a festa de Yemanjá e Oxum, orixás das águas, e de Oxalá, o orixá da criação.

Junho - em junho, na época do São João, realiza-se as festas de Babá Erin, que é o Egungun do Sr. Eduardo Daniel de Paula, fundador da Casa. As festas se realizam por ocasião do ciclo de Xangô, que era o orixá do Sr. Eduardo. E atingem grande brilhantismo porque entre a comunidade do Ilê Agboulá, que é descendente do povo de Oyó, a veneração a Xangô é muito forte.

Setembro - De 7 a 17 de setembro ocorrem as festas de Babá Agboulá. Por essa época é que é feita a colheita dos primeiros frutos na Ilha de Itaparica, sob a proteção de Babá. E isto é muito importante pelo fato de até bem pouco tempo a Ilha de Itaparica ter sido o grande fornecedor de frutas para a cidade de Salvador.

Bibliografia

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  • Verger, Pierre - Grandeur et décadence du cult de Iyàmi Òsòròngà, 1965 ;
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